Mostrando itens por marcador: cervejeiro caseiro
Testando a cerveja
Written on
Quarta, 14 Dezembro 2022 02:00
Publicado em
Blog DuCoreta
Neste artigo vou mostrar uma técnica que está sendo muito utilizada entre os cervejeiros caseiros. O "express carbonator".
E o que é isso?
É uma técnica de carbonatação da cerveja, utilizando-se para isso uma garrafa PET, com o auxílio de um equipamento especial. O Express carbonator.
E qual é o objetivo?
Muita gente pode achar que este equipamento serve pra carbonatar a cerveja e beber, mas eu prefiro dizer que ela serve para dar uma pré-estreia da cerveja e permitir que você tenha um tempo pra definir qual o "tempero" que você vai dar para sua cerveja.
Eu explico!
Certa vez eu fiz 20 litros de cerveja. Como o objetivo era uma IPA, seria importante que ela tivesse um amargor presente. Para isso eu utilizei um extrato de lúpulo que pode ser adicionado à bebida depois de pronta. A questão é: Quanto? Não sei. Só provando.
A ideia é adicionar o extrato antes de carbonatar, mas o ideal seria testar antes para se ter a ideia de quanto colocar. Não queria uma IPA fraquinha muito menos um treco amargo que nem chá de boldo.
Então qual é a ideia?
Carbonatar um litro desta cerveja utilizando uma garrafa PET e o express carbonator. Para isso é necessário um cilindro de CO2 com manômetro, um garrafa PET preferencialmente de refrigerante gasoso, uma mangueira de engate rápido com o conector de gás do tipo ball lock e o adaptador. As garrafas de água sem gás são mais finas que as gasosas e podem se romper quando aplicar a pressão. Por isso as gasosas são mais recomendadas.
O processo é simples.
Utilizando a garrafa PET de 1,5 litros, eu encho até atingir mais ou menos 1 litro. Em seguida coloco o adaptador e aperto a garrafa até que todo o ar saia. Fecho a garrafa com o adaptador. A garrafa vai ficar toda enrugada. Abro o cilindro de CO2 que já estará com a mangueira conectada e coloco um pouco de pressão. (0,5 bar). Conecto o equipamento na garrafa. Imediatamente a garrafa se enche de CO2. Feito isso, aplico a pressão desejada (algo em torno de 1,75 bar) e desconecto.
Agora é hora de usar os braços. Chacoalhe bastante a garrafa. Você vai ver que ela vai murchar um pouco. Isso é porque o CO2 inerido começa a se solubilizar na cerveja. Faça isso por uns 30 segundos e reconecte a mangueira na garrafa. Você vai ver que o CO2 torna a entrar e se estabiliza. Repita essa operação algumas vezes. Eu normalmente faço umas 6 ou 8 vezes. Isso não leva mais que 10 minutos. Já vai estar pronto.
É muito importante que a cerveja esteja bem gelada. Acima de 20 ºC o CO2 não se solubiliza na água e o processo não funciona. Quanto menor a temperatura da cerveja, mais rápida e eficiente é a carbonatação.
Agora vem a segunda parte.
Eu separo de 4 a 5 copos iguais onde vou colocar as amostras de cerveja com as várias dosagens de extrato de lúpulo. Em cada amostra eu coloco 200ml da cerveja porém em cada copo vão 0, 1, 2, 3 ou até 4 gotas do extrato. Assim eu tenho uma ideia de quantas gotas por litro eu estou aplicando. Uma simples regra de três. Proporção seria 0, 5, 10, 15, 20.
Bom, chegou a hora de provar! Aí vai do seu paladar e da sua sensibilidade. Se o copo escolhido ficou entre o segundo e o terceiro, uma dosagem de 7 gotas pode ser o ideal. Mas se foi entre o terceiro e o quarto, algo perto de 12 gotas. Cada um com o seu estilo. No meu caso, achei que 7 gotas por litro seria o ideal. Como foram 18 litros efetivamente aproveitados, eu usei 130 gotas de extrato, que coloquei no postmix antes de introduzir a cerveja.
O resultado... pena que não dá pra passar a amostra da cerveja aqui no site, mas ficou muito boa. Para dar um toque a mais, fiz um "fast dryhop", mas isso é papo pra outro artigo.
Saúde!
Written on Quarta, 14 Dezembro 2022 02:00 Publicado em Blog DuCoreta
Neste artigo vou mostrar uma técnica que está sendo muito utilizada entre os cervejeiros caseiros. O "express carbonator".
E o que é isso?
É uma técnica de carbonatação da cerveja, utilizando-se para isso uma garrafa PET, com o auxílio de um equipamento especial. O Express carbonator.
E qual é o objetivo?
Muita gente pode achar que este equipamento serve pra carbonatar a cerveja e beber, mas eu prefiro dizer que ela serve para dar uma pré-estreia da cerveja e permitir que você tenha um tempo pra definir qual o "tempero" que você vai dar para sua cerveja.
Eu explico!
Certa vez eu fiz 20 litros de cerveja. Como o objetivo era uma IPA, seria importante que ela tivesse um amargor presente. Para isso eu utilizei um extrato de lúpulo que pode ser adicionado à bebida depois de pronta. A questão é: Quanto? Não sei. Só provando.
A ideia é adicionar o extrato antes de carbonatar, mas o ideal seria testar antes para se ter a ideia de quanto colocar. Não queria uma IPA fraquinha muito menos um treco amargo que nem chá de boldo.
Então qual é a ideia?
Carbonatar um litro desta cerveja utilizando uma garrafa PET e o express carbonator. Para isso é necessário um cilindro de CO2 com manômetro, um garrafa PET preferencialmente de refrigerante gasoso, uma mangueira de engate rápido com o conector de gás do tipo ball lock e o adaptador. As garrafas de água sem gás são mais finas que as gasosas e podem se romper quando aplicar a pressão. Por isso as gasosas são mais recomendadas.
O processo é simples.
Utilizando a garrafa PET de 1,5 litros, eu encho até atingir mais ou menos 1 litro. Em seguida coloco o adaptador e aperto a garrafa até que todo o ar saia. Fecho a garrafa com o adaptador. A garrafa vai ficar toda enrugada. Abro o cilindro de CO2 que já estará com a mangueira conectada e coloco um pouco de pressão. (0,5 bar). Conecto o equipamento na garrafa. Imediatamente a garrafa se enche de CO2. Feito isso, aplico a pressão desejada (algo em torno de 1,75 bar) e desconecto.
Agora é hora de usar os braços. Chacoalhe bastante a garrafa. Você vai ver que ela vai murchar um pouco. Isso é porque o CO2 inerido começa a se solubilizar na cerveja. Faça isso por uns 30 segundos e reconecte a mangueira na garrafa. Você vai ver que o CO2 torna a entrar e se estabiliza. Repita essa operação algumas vezes. Eu normalmente faço umas 6 ou 8 vezes. Isso não leva mais que 10 minutos. Já vai estar pronto.
É muito importante que a cerveja esteja bem gelada. Acima de 20 ºC o CO2 não se solubiliza na água e o processo não funciona. Quanto menor a temperatura da cerveja, mais rápida e eficiente é a carbonatação.
Agora vem a segunda parte.
Eu separo de 4 a 5 copos iguais onde vou colocar as amostras de cerveja com as várias dosagens de extrato de lúpulo. Em cada amostra eu coloco 200ml da cerveja porém em cada copo vão 0, 1, 2, 3 ou até 4 gotas do extrato. Assim eu tenho uma ideia de quantas gotas por litro eu estou aplicando. Uma simples regra de três. Proporção seria 0, 5, 10, 15, 20.
Bom, chegou a hora de provar! Aí vai do seu paladar e da sua sensibilidade. Se o copo escolhido ficou entre o segundo e o terceiro, uma dosagem de 7 gotas pode ser o ideal. Mas se foi entre o terceiro e o quarto, algo perto de 12 gotas. Cada um com o seu estilo. No meu caso, achei que 7 gotas por litro seria o ideal. Como foram 18 litros efetivamente aproveitados, eu usei 130 gotas de extrato, que coloquei no postmix antes de introduzir a cerveja.
O resultado... pena que não dá pra passar a amostra da cerveja aqui no site, mas ficou muito boa. Para dar um toque a mais, fiz um "fast dryhop", mas isso é papo pra outro artigo.
Saúde!
Märzen - A cerveja do final de março
Written on
Terça, 13 Dezembro 2022 02:00
Publicado em
Blog DuCoreta
Märzen é provavelmente uma das primeiras cervejas sazonais de que se tem notícia. Ela era produzida no final de março aproveitando os estoques de lúpulos e cevada colhidos no inverno. A ideia era fazer uma cerveja e deixá-la "armazenada" até o fim do verão, para então refazer a produção. Daí surgiu o termo "Lager", que em alemão significa armazém.
Este armazenamento acontecia de março/abril a setembro/outubro. O processo de estocagem era facilitado por um efeito térmico, onde a poucos metros de profundidade, a temperatura se mantém praticamente constante, entre 14 e 18 ºC, mesmo que do lado de fora esteja 30ºC ou -10ºC. Isso facilitava barbaramente a produção. Numa época onde não se conhecia um processo eficiente de resfriamento, tem um ambiente com temperatura constante era tudo de bom.
Segue abaixo a descrição da Märzen, de acordo com o BJCP 2015
Impressão Geral: Uma maltada Amber Lager alemã, elegante, com um sabor de malte limpo, rico, com notas de pão, tostado, amargor restrito e um final seco que incentiva outro gole. A impressão geral de malte é suave, elegante e complexa, com um rico retrogosto que nunca é enjoativo ou pesado.
Aroma: Moderada intensidade em aroma de maltes alemães, geralmente rica em notas de pão, leve tostado, com suaves notas de casca de pão. Caráter de fermentação limpa de lager. Sem aroma de lúpulo. Aromas de malte caramelo, biscoitos secos ou torrados são inadequados. Pode ser detectada uma nota muito sutil de álcool, mas nunca deve ser acentuada. Uma limpa e elegante riqueza de malte deve ser o aroma primário.
Aparência: Âmbar alaranjado a cobre avermelhado profundo, não devendo nunca ser dourada a cor. Transparente e cristalina, brilhante, com colarinho em tom bege clarinho, persistente.
Sabor: Malte inicial muitas vezes sugere dulçor, mas com um final moderadamente seco a seco. Maltado destacado, complexo e distintivo, muitas vezes remetendo a pão tostado. O amargor de lúpulo é moderado e o sabor de lúpulo é de moderado-baixo a nenhum (tipos alemães: complexos, floral, herbal ou condimentado). O lúpulo proporciona equilíbrio suficiente para que o paladar maltado e o final não pareçam ser doces. O retrogosto é maltado, com os mesmos ricos sabores elegantes de malte persistindo. Notas evidentes de caramelo e biscoito ou sabores torrados são inadequados. Perfil de fermentação limpa de lager.
Sensação de Boca: Corpo médio, com uma textura suave e cremosa que muitas vezes sugere uma sensação de boca mais cheia, de uma cerveja mais encorpada.
Carbonatação média. Completamente atenuada, sem uma impressão doce ou enjoativa. Pode ser um pouco aquecedora, mas a intensidade do calor alcoólico deve permanecer relativamente encoberta.
Comparação de Estilos: Não tão forte e rica como um Dunkles Bock. Apresenta mais profundidade e riqueza de malte que uma Festbier, com um corpo mais pesado e um pouco menos lúpulo. Menos lupulada e igualmente maltada que uma Czech Amber Lager.
Estatísticas Vitais:
OG: 1.054 – 1.060
FG: 1.010 – 1.014
IBUs: 18 – 24
SRM: 8 – 17
ABV: 5.8 – 6.3%
Written on Terça, 13 Dezembro 2022 02:00 Publicado em Blog DuCoreta
Märzen é provavelmente uma das primeiras cervejas sazonais de que se tem notícia. Ela era produzida no final de março aproveitando os estoques de lúpulos e cevada colhidos no inverno. A ideia era fazer uma cerveja e deixá-la "armazenada" até o fim do verão, para então refazer a produção. Daí surgiu o termo "Lager", que em alemão significa armazém.
Este armazenamento acontecia de março/abril a setembro/outubro. O processo de estocagem era facilitado por um efeito térmico, onde a poucos metros de profundidade, a temperatura se mantém praticamente constante, entre 14 e 18 ºC, mesmo que do lado de fora esteja 30ºC ou -10ºC. Isso facilitava barbaramente a produção. Numa época onde não se conhecia um processo eficiente de resfriamento, tem um ambiente com temperatura constante era tudo de bom.
Segue abaixo a descrição da Märzen, de acordo com o BJCP 2015
Impressão Geral: Uma maltada Amber Lager alemã, elegante, com um sabor de malte limpo, rico, com notas de pão, tostado, amargor restrito e um final seco que incentiva outro gole. A impressão geral de malte é suave, elegante e complexa, com um rico retrogosto que nunca é enjoativo ou pesado.
Aroma: Moderada intensidade em aroma de maltes alemães, geralmente rica em notas de pão, leve tostado, com suaves notas de casca de pão. Caráter de fermentação limpa de lager. Sem aroma de lúpulo. Aromas de malte caramelo, biscoitos secos ou torrados são inadequados. Pode ser detectada uma nota muito sutil de álcool, mas nunca deve ser acentuada. Uma limpa e elegante riqueza de malte deve ser o aroma primário.
Aparência: Âmbar alaranjado a cobre avermelhado profundo, não devendo nunca ser dourada a cor. Transparente e cristalina, brilhante, com colarinho em tom bege clarinho, persistente.
Sabor: Malte inicial muitas vezes sugere dulçor, mas com um final moderadamente seco a seco. Maltado destacado, complexo e distintivo, muitas vezes remetendo a pão tostado. O amargor de lúpulo é moderado e o sabor de lúpulo é de moderado-baixo a nenhum (tipos alemães: complexos, floral, herbal ou condimentado). O lúpulo proporciona equilíbrio suficiente para que o paladar maltado e o final não pareçam ser doces. O retrogosto é maltado, com os mesmos ricos sabores elegantes de malte persistindo. Notas evidentes de caramelo e biscoito ou sabores torrados são inadequados. Perfil de fermentação limpa de lager.
Sensação de Boca: Corpo médio, com uma textura suave e cremosa que muitas vezes sugere uma sensação de boca mais cheia, de uma cerveja mais encorpada.
Carbonatação média. Completamente atenuada, sem uma impressão doce ou enjoativa. Pode ser um pouco aquecedora, mas a intensidade do calor alcoólico deve permanecer relativamente encoberta.
Comparação de Estilos: Não tão forte e rica como um Dunkles Bock. Apresenta mais profundidade e riqueza de malte que uma Festbier, com um corpo mais pesado e um pouco menos lúpulo. Menos lupulada e igualmente maltada que uma Czech Amber Lager.
Estatísticas Vitais:
OG: 1.054 – 1.060
FG: 1.010 – 1.014
IBUs: 18 – 24
SRM: 8 – 17
ABV: 5.8 – 6.3%
Para fazer cerveja em casa você não precisa de muita coisa. Basta uma panela e um fogão.
Written on
Quinta, 01 Dezembro 2022 02:00
Publicado em
Blog DuCoreta
Para fazer cerveja em casa você não precisa de muita coisa. Basta uma panela e um fogão.
Era assim que os nossos antepassados faziam, mas se você quiser fazer algo com mais conforto e qualidade, precisará se equipar melhor. E nesta hora você tem que pensar bastante antes de começar a comprar por impulso. Caso contrário esta arriscado a gastar muito e acabar se arrependendo.
Antes de mais nada, veja se você tem condições pra fazer cerveja.
Se você mora em apartamento, considere a possibilidade de adquirir uma máquina elétrica. Ocupa pouco espaço e dá menos bagunça. Em compensação, a grande maioria delas é 220v. Se você tem isso em casa, maravilha. Se não, vai ser complicado. Essas máquinas elétricas de 25 litros costumam ter perto de 3000w, e com isso o gasto total de energia não chega a 6000w, gerando um custo aproximado de R$10,00 por brasagem.
A outra coisa a ver é o tamanho do seu kit.
Mais uma vez: se você mora em apartamento e seu fogão é abastecido com gás de rua, não passe de 20 litros. Ferver mais de 20 litros num fogão caseiro é uma enorme dificuldade. Existem kits a partir de 5 litros.
Quando comecei, comprei um kit pra fazer 10 litros com uma única panela. Isso dá no máximo 15 garrafas de 600 ml, leva 30 dias pra ficar pronto e dura pouco mais de 2 semanas. E aí você descobre que o trabalho que dá para fazer 10 litros, você bem pode fazer 20 litros.
Agora, se você tem espaço e disposição, pode fazer como eu. Hoje tenho três panelas (50, 60 e 70 litros) e faço 50 litros por vez. Na realidade, 45. Tudo depende da disponibilidade de espaço e da disposição de fazer e beber cerveja.
Lembre-se que a produção caseira é liberada apenas para consumo próprio. Você não pode carregar, vender e pasme... nem mesmo doar! Esta cerveja não possui registro. Ou seja, a cerveja caseira só pode ser consumida na sua casa para você e seus amigos.
Mesmo assim eu acho que vale a pena.
Saúde!
Written on Quinta, 01 Dezembro 2022 02:00 Publicado em Blog DuCoreta
Para fazer cerveja em casa você não precisa de muita coisa. Basta uma panela e um fogão.
Era assim que os nossos antepassados faziam, mas se você quiser fazer algo com mais conforto e qualidade, precisará se equipar melhor. E nesta hora você tem que pensar bastante antes de começar a comprar por impulso. Caso contrário esta arriscado a gastar muito e acabar se arrependendo.
Antes de mais nada, veja se você tem condições pra fazer cerveja.
Se você mora em apartamento, considere a possibilidade de adquirir uma máquina elétrica. Ocupa pouco espaço e dá menos bagunça. Em compensação, a grande maioria delas é 220v. Se você tem isso em casa, maravilha. Se não, vai ser complicado. Essas máquinas elétricas de 25 litros costumam ter perto de 3000w, e com isso o gasto total de energia não chega a 6000w, gerando um custo aproximado de R$10,00 por brasagem.
A outra coisa a ver é o tamanho do seu kit.
Mais uma vez: se você mora em apartamento e seu fogão é abastecido com gás de rua, não passe de 20 litros. Ferver mais de 20 litros num fogão caseiro é uma enorme dificuldade. Existem kits a partir de 5 litros.
Quando comecei, comprei um kit pra fazer 10 litros com uma única panela. Isso dá no máximo 15 garrafas de 600 ml, leva 30 dias pra ficar pronto e dura pouco mais de 2 semanas. E aí você descobre que o trabalho que dá para fazer 10 litros, você bem pode fazer 20 litros.
Agora, se você tem espaço e disposição, pode fazer como eu. Hoje tenho três panelas (50, 60 e 70 litros) e faço 50 litros por vez. Na realidade, 45. Tudo depende da disponibilidade de espaço e da disposição de fazer e beber cerveja.
Lembre-se que a produção caseira é liberada apenas para consumo próprio. Você não pode carregar, vender e pasme... nem mesmo doar! Esta cerveja não possui registro. Ou seja, a cerveja caseira só pode ser consumida na sua casa para você e seus amigos.
Mesmo assim eu acho que vale a pena.
Saúde!
A fase fria
Written on
Quinta, 01 Dezembro 2022 02:00
Publicado em
Blog DuCoreta
Dando continuidade ao artigo anterior, vamos detalhar um pouco sobre a fase fria.
Após a fervura, precisamos introduzir a levedura na cerveja, porém nosso mosto está muito quente. Acabou de ser fervido e precisa ser resfriado o mais rápido possível para evitar contaminação. Existem alguns equipamentos próprios para isso que falaremos em outra oportunidade.
Você deve esfriar o mosto em função da levedura a ser utilizada. Observe as indicações do fabricante para saber a temperatura ideal para a levedura. Se for uma ALE deixe o mosto por volta de 18 Cº. Uma kvieik por volta de 27 Cº, mas sendo uma lager não deve passar de 13 Cº.
Prepare seu fermentador e não se esqueça de colocar um airlock. Este dispositivo permitirá que o CO2 produzido na fermentação seja eliminado sem deixar que o oxigênio entre no fermentador.
Atingindo a temperatura ideal, insira a levedura e tente aerar o mosto o máximo possível. Esta será a última vez que a levedura sentirá o gosto do oxigênio. Existem alguns processos para isso que falaremos mais tarde.
Terminado o processo de aeração, feche bem o fermentador para evitar a entrada de qualquer impureza e principalmente o oxigênio. Não se esqueça que a fermentação produz uma quantidade enorme de CO2 que deve ser eliminado e deixe seu que airlock sempre com água.
Você deve acompanhar a fermentação pois a medida em que a cerveja for ficando pronta, a densidade do líquido irá diminuindo. Quando estabilizar por mais de 3 dias, o processo chegou ao fim.
Durante o processo a temperatura sobe. Pra isso você deve utilizar uma geladeira para acondicionar o fermentador. Se você mora numa cidade como o Rio de Janeiro, então nem se fala. Fermentar ao ar livre pode trazer sabores indesejáveis a sua cerveja. Tente manter a temperatura dentro da faixa ótima de utilização determinada pelo fabricante.
No final do processo é comum se aumentar a temperatura para que a levedura reabsorva alguns compostos que ela mesmo produz. Isso é chamado de descanso do diacetil.
Terminada a fermentação é aconselhável submeter a cerveja a uma baixa temperatura (próximo de zero) a fim de facilitar a decantação dos sólidos e resto de lúpulo que ainda esteja dentro da cerveja. Este processo é chamado de clarificação.
Passada esta fase, está na hora do envase, porém a cerveja está sem gás. Precisamos gaseificá-la. Isso pode ser feito em dois processos: natural ou artificial. Mas isso será alvo de outro artigo.
Ein Prosit!
Written on Quinta, 01 Dezembro 2022 02:00 Publicado em Blog DuCoreta
Dando continuidade ao artigo anterior, vamos detalhar um pouco sobre a fase fria.
Após a fervura, precisamos introduzir a levedura na cerveja, porém nosso mosto está muito quente. Acabou de ser fervido e precisa ser resfriado o mais rápido possível para evitar contaminação. Existem alguns equipamentos próprios para isso que falaremos em outra oportunidade.
Você deve esfriar o mosto em função da levedura a ser utilizada. Observe as indicações do fabricante para saber a temperatura ideal para a levedura. Se for uma ALE deixe o mosto por volta de 18 Cº. Uma kvieik por volta de 27 Cº, mas sendo uma lager não deve passar de 13 Cº.
Prepare seu fermentador e não se esqueça de colocar um airlock. Este dispositivo permitirá que o CO2 produzido na fermentação seja eliminado sem deixar que o oxigênio entre no fermentador.
Atingindo a temperatura ideal, insira a levedura e tente aerar o mosto o máximo possível. Esta será a última vez que a levedura sentirá o gosto do oxigênio. Existem alguns processos para isso que falaremos mais tarde.
Terminado o processo de aeração, feche bem o fermentador para evitar a entrada de qualquer impureza e principalmente o oxigênio. Não se esqueça que a fermentação produz uma quantidade enorme de CO2 que deve ser eliminado e deixe seu que airlock sempre com água.
Você deve acompanhar a fermentação pois a medida em que a cerveja for ficando pronta, a densidade do líquido irá diminuindo. Quando estabilizar por mais de 3 dias, o processo chegou ao fim.
Durante o processo a temperatura sobe. Pra isso você deve utilizar uma geladeira para acondicionar o fermentador. Se você mora numa cidade como o Rio de Janeiro, então nem se fala. Fermentar ao ar livre pode trazer sabores indesejáveis a sua cerveja. Tente manter a temperatura dentro da faixa ótima de utilização determinada pelo fabricante.
No final do processo é comum se aumentar a temperatura para que a levedura reabsorva alguns compostos que ela mesmo produz. Isso é chamado de descanso do diacetil.
Terminada a fermentação é aconselhável submeter a cerveja a uma baixa temperatura (próximo de zero) a fim de facilitar a decantação dos sólidos e resto de lúpulo que ainda esteja dentro da cerveja. Este processo é chamado de clarificação.
Passada esta fase, está na hora do envase, porém a cerveja está sem gás. Precisamos gaseificá-la. Isso pode ser feito em dois processos: natural ou artificial. Mas isso será alvo de outro artigo.
Ein Prosit!
Starter 100% caseiro
Written on
Quinta, 01 Dezembro 2022 02:00
Publicado em
Blog DuCoreta
Vou descrever aqui um processo que venho utilizando com bastante sucesso há cerca de três anos: starter da levedura.
O starter consiste em fazer uma fermentação prévia de uma cerveja (3 litros) utilizando para isso a quantidade de levedura suficiente para 30 litros. Este mosto em especial é normalmente feito de extrato de malte, bem clarinho e sem lúpulo para não dar cor ou sabor diferente na cerveja.
Para aumentar o rendimento do starter utiliza-se um agitador magnético que consiste em um ventilador com um imã preso nele. O erlenmeyer é posicionado sobre o ventilador e dentro dele é colocada uma barra magnética. À medida que o ventilador roda do lado de fora, a barra roda do lado de dentro, provocando uma agitação constante no mosto melhorando a aeração e a multiplicação das leveduras. Com isso, admite-se que em 24 horas a quantidade de levedura existente praticamente dobre em relação à inicial.
Para se ter certeza seria necessário efetivamente uma contagem de células, mas vou pular esta parte.
Eu faço isso tudo 24 ou 48 horas antes da brassagem.
Quando eu faco pilsen, calculo a cerveja para uma quantidade 10 litros a mais que a desejada e antes de adicionar os lúpulos eu retiro esses 10 litros. Quando for fazer o starter de uma cerveja qualquer, pego três desses dez litros, fervo, resfrio e inoculo a levedura. A quantidade de mosto produzida me permite fazer 3 starters de qualquer tipo de cerveja, pois o mosto utilizado é bem claro. Pilsen sem lúpulo normalmente com 1.045 de densidade.
Na hora de usar, eu retiro dois dos três litros. Este litro que sobrou, eu deixo no freezer descansando para posteriormente fazer um novo starter.
Uma das últimas pilsens que fiz foi a sétima cerveja feita com a mesma S-189 que foi comprada no ano de 2020.
Abaixo detalho as fotos do aparelho. Pode-se notar uma caixa de plástico, com um ventilador extraído de uma fonte de alimentação de computador com defeito, um imã de neodímio retirado de um HD de computador com defeito, colado no centro do ventilador com um adesivo de dupla face. O motor é acionado por um interruptor colocado no lado caixa e é alimentado por uma fonte de 12 volts. Dentro do erlenmeyer eu mergulho uma barra magnética (peixinho) que gira quando o motor é acionado, causando o vórtex, aumentando a aeração do líquido.
Mais adiante mostro o meu "banco de leveduras" com os vários tipos de levedura, armazenadas em tubos falcon de 50ml, adormecidas em um freezer que não congela, regulado para manter uma temperatura próxima de 1º C. No topo de cada tubo tem a indicação da levedura com a data em que foi armazenada.
Já produzi cervejas com leveduras que ficaram mais de 13 meses dormindo. Feito o starter, ela acorda e funciona como nova!
No link abaixo, tem um vídeo publicado no Instagram com uma simulação do processo. No vídeo, utilizei apenas água, para ficar transparente e você poder ver exatamente como funciona.
https://www.instagram.com/p/CePBopuvWQC/
Written on Quinta, 01 Dezembro 2022 02:00 Publicado em Blog DuCoreta
Vou descrever aqui um processo que venho utilizando com bastante sucesso há cerca de três anos: starter da levedura.
O starter consiste em fazer uma fermentação prévia de uma cerveja (3 litros) utilizando para isso a quantidade de levedura suficiente para 30 litros. Este mosto em especial é normalmente feito de extrato de malte, bem clarinho e sem lúpulo para não dar cor ou sabor diferente na cerveja.
Para aumentar o rendimento do starter utiliza-se um agitador magnético que consiste em um ventilador com um imã preso nele. O erlenmeyer é posicionado sobre o ventilador e dentro dele é colocada uma barra magnética. À medida que o ventilador roda do lado de fora, a barra roda do lado de dentro, provocando uma agitação constante no mosto melhorando a aeração e a multiplicação das leveduras. Com isso, admite-se que em 24 horas a quantidade de levedura existente praticamente dobre em relação à inicial.
Para se ter certeza seria necessário efetivamente uma contagem de células, mas vou pular esta parte.
Eu faço isso tudo 24 ou 48 horas antes da brassagem.
Quando eu faco pilsen, calculo a cerveja para uma quantidade 10 litros a mais que a desejada e antes de adicionar os lúpulos eu retiro esses 10 litros. Quando for fazer o starter de uma cerveja qualquer, pego três desses dez litros, fervo, resfrio e inoculo a levedura. A quantidade de mosto produzida me permite fazer 3 starters de qualquer tipo de cerveja, pois o mosto utilizado é bem claro. Pilsen sem lúpulo normalmente com 1.045 de densidade.
Na hora de usar, eu retiro dois dos três litros. Este litro que sobrou, eu deixo no freezer descansando para posteriormente fazer um novo starter.
Uma das últimas pilsens que fiz foi a sétima cerveja feita com a mesma S-189 que foi comprada no ano de 2020.
Abaixo detalho as fotos do aparelho. Pode-se notar uma caixa de plástico, com um ventilador extraído de uma fonte de alimentação de computador com defeito, um imã de neodímio retirado de um HD de computador com defeito, colado no centro do ventilador com um adesivo de dupla face. O motor é acionado por um interruptor colocado no lado caixa e é alimentado por uma fonte de 12 volts. Dentro do erlenmeyer eu mergulho uma barra magnética (peixinho) que gira quando o motor é acionado, causando o vórtex, aumentando a aeração do líquido.
Mais adiante mostro o meu "banco de leveduras" com os vários tipos de levedura, armazenadas em tubos falcon de 50ml, adormecidas em um freezer que não congela, regulado para manter uma temperatura próxima de 1º C. No topo de cada tubo tem a indicação da levedura com a data em que foi armazenada.
Já produzi cervejas com leveduras que ficaram mais de 13 meses dormindo. Feito o starter, ela acorda e funciona como nova!
No link abaixo, tem um vídeo publicado no Instagram com uma simulação do processo. No vídeo, utilizei apenas água, para ficar transparente e você poder ver exatamente como funciona.
https://www.instagram.com/p/CePBopuvWQC/
Como tudo começou
Written on
Quinta, 01 Dezembro 2022 02:00
Publicado em
Blog DuCoreta
Estou iniciando uma série de artigos sobre cerveja caseira. Espero que vocês gostem.
Faço cerveja desde 2015 e comecei com um pequeno kit BIAB de 10 litros. Hoje faço 50 litros com 3 panelas, fermentador cônico e carbonatação forçada.
Você vai perguntar: E a cerveja é melhor? É claro que sim!
É indiscutível que a melhoria do processo influencia diretamente na qualidade do produto.
Dá um trabalho danado, mas vale muito, muito a pena.
Written on Quinta, 01 Dezembro 2022 02:00 Publicado em Blog DuCoreta
Estou iniciando uma série de artigos sobre cerveja caseira. Espero que vocês gostem.
Faço cerveja desde 2015 e comecei com um pequeno kit BIAB de 10 litros. Hoje faço 50 litros com 3 panelas, fermentador cônico e carbonatação forçada.
Você vai perguntar: E a cerveja é melhor? É claro que sim!
É indiscutível que a melhoria do processo influencia diretamente na qualidade do produto.
Dá um trabalho danado, mas vale muito, muito a pena.