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Pilsen do Mota

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Vocês não conhecem o Mota.

O Mota é um amigo que, quando fiz um churrasco na minha casa, ele pilotou a churrasqueira. Neste churrasco, eu servi uma pilsen que tinha feito, a Pilsen de março, e ele adorou.  Nisso, empolgado com a receptividade, eu prometi a ele que faria uma quando ele quisesse. Isso foi no início do ano e quando foi em novembro, ele me falou que faria um churrasco na casa dele em dezembro.

Promessa é dívida, e a gente tem que pagar.

Com a devida antecedência, em 19 de novembro iniciei a preparação da dita, pois o churrasco estava marcado para 11 de dezembro.

A esta altura, estava lotado de levedura em estoque, mas achei por bem de fazer um starter. Como ainda tinha alguns starters reservas, fiz a receita básica da pilsen de 47 litros, sem sobra.  A única diferença foi a ausência do Carapils, que foi substituído por 500 gramas de pilsen mesmo.  Não iria na loja só pra comprar 500 gramas de malte, né.  Não compensa o frete.

Dia 19, tudo preparado!  Fogo nas panelas!!!

Não sei o que passou errado para o Smartmash, que a etapa de 72 graus, que estava prevista para 20 minutos, levou praticamente uma hora. Não marquei, mas acredito que tenha levado mais ou menos isso.  O resultado foi um mosto bem fermentável e muito bem filtrado.

Na hora de colocar o fermento eu achei de usar todo o estoque, não deixando nada pra reserva. O estoque seria reposto pela levedura extraída dos baldes de maturação. Elas tem se mostrado muito eficientes e com a adição do Prodooze SC1, a quantidade de levedura decantada tem sido muito grande.

Resultado: A cerveja saiu de 1.047 e chegou aos incríveis 1.005, o que conferiu a ela seus 5.6% de álcool. Foram praticamente doze dias de fermentação até que ela estabilizasse. Uma cerveja  muito seca, bem leve, mas muito traiçoeira.  Eu mesmo pude comprovar isso.

Acredito que, pela quantidade de levedura disponível e pelo acréscimo no tempo de mostra, deu à cerveja esta fermentabilidade toda.

O destaque dessa pilsen ficou para a festa. Eram 42 litros de cerveja que foram carbonatados a 1.5kg e não foram engarrafados.  Não iria aparecer na casa do meu amigo com setenta garrafas de cerveja pois acabaria tendo que deixar o excedente lá, além de não garantir o retorno das garrafas, que me daria um tremendo prejuízo, né?

Coicidentemente, ganhei de Natal uma chopeira de inox com 2 bicos e estava doido para estrear, mas as minhas mais recentes experiências com chopeiras não tinham sido muito boas.  A cerveja acabava espumando muito e eu não conseguia regular direito.  Desta vez, acho que com um pouco mais de calma e um reguulador novo a coisa rolou de modo satisfatório.

Pra quem nunca usou chopeira, eu fiz no seguinte:

Primeiro de tudo, eu fechei a válvula de fluxo da torneira.  Após lavar a serpentina com água, conectei o postmix sem abrir a válvula de gás e verifiquei que a pressão estava em 1.5kgf/cm2.

Comecei a sangrar a chopeira e assim que a pressão começou a baixar eu abri o gás para manter um pouco abaixo dos 1.5Kgf/cm2.

A partir daí, fui abrindo a válvula de fluxo de modo a extrair a água, até que um pouco de cerveja começasse a sair.  É triste, mas você vai acabar perdendo um pouco de cerveja nesta hora.  De vez em quando dava uns "tiros" de CO2, mas a espuma começa a diminuir. Só depois disso é que você deve colocar o gelo.  Não coloque o gelo antes, pois acaba fazendo com que a água congele na serpentina e estrague o churrasco.

Feito isso, é só alegria.

A alegria foi tanta e a cerveja estava tão boa e tão traiçoeira que eu acabei bebendo demais. Ainda bem que a minha mulher veio dirigindo, pois se não, eu iria ter que pedir asilo político na casa do Mota!  Como ele é militar, não sei se aceitaria.  Ainda bem que deu tudo certo.

Saúde!!